segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

EROS

Poemas sobre amor. E só.


PAQUERA


Saio de casa,
Vou à praça
Só pra te olhar
O seu olhar:

Tão zen, tão sublime
Negritude cósmica
Teus olhos imprimem
A minha ótica.

Ver teu sorriso
Atrevido
Com voz ingênua
De princesa;

Tua face perfeita
De deusa grega,
Que me enfeitiça
Em estátua viva.

Olho para você
E você me vê,
Parece gostar...
Será que me amará?

Saio de casa,
Todo dia é assim:
Olho você,
Você olha pra mim.

À voz, sabemos
Contudo, não sabemos
Se não gostamos
Além do que olhamos.

Quero pegar-te a mão
Porém, não na vista do pai,
Da mãe e de seu irmão...
Tenho que pedir a seu pai,

À sua mãe
Pra te namorar...
Pra realizar
O nosso afã

Que é abraçarmos
Mais do que olharmos
O nosso belo amor
Nos ares ao redor.


Leandro Monteiro


DICIONÁRIO POÉTICO



Coração:
  1. Ação de
Colorir
       Seres pálidos;
  1. Fazer rir
Ser sem graça.


Amor:
  1. O ser que engrandece
Tudo o que é pequeno;
  1. A esperança que
Mata o medo, ódio
E outros males do homem,



Leandro Monteiro



LENÇOL


És mais sutil e suave
Que o canto do pássaro...
És o mais fino tecido
Vindo da pele mais áspera...
És, também, mais claro
Que qualquer luz acesa...
És o que encobre teu corpo
Na hora mais negra...
Feliz sou eu de ver a lua...
Estar em lua diante de ti,
Envolta ao lençol,
A suspirar-me...


Leandro Monteiro



SONETO VII – A ALIANÇA 


Teus olhos descobrem-me totalmente,
Revelando o que nunca fui, mas sou:
“Um homem, sentindo prazer somente
Ao viver um segundo de esplendor”...


Que não há quase nesta natural
Vida, a ser tão vulgar como existência;
Que, agora, torna-se muito real
Com suas carícias muito terrenas....

Que me formam, fazem-me mais inteiro
Ao ver, sentir o outro lado da vida:
Notar que os opostos são complementos,

Que fazem de mim, talvez, no momento,
Um ser feliz com as minhas fantasias,
Realizadas pelos seus beijos.



Leandro Monteiro


A PROCURA DE EXISTIR


Se amar é se conhecer,
Então nunca me encontrei
Com semelhante parecer
Desde o meu nascer

Quem mora por aqui
É outra consciência,
Já que a minha está por aí...
Talvez, sem uma existência;

Que se há no outro
Apesar de sua melancolia...
Qual incide em meu corpo
E espírito: perene boemia.

Quanto meu ego não se vê...
Talvez, esteja nas areias,
Nas águas com sereias...
Noutros lugares do Além

Da imaginação que desejo pra mim,
Uma utopia com a vida a colidir...
E que no outro não há,
Desde que este não possui o amar.

O amar que é o refletir e o sentir
Na pessoa o próprio ideal
De vida para ser feliz,
Ao achar-lo em outra pessoa especial.


Leandro Monteiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário