Não sou
o quê
Eles
querem que seja
E não
sou o que
Minha
pessoa deseja:
Como uma
lisa rosa,
Talvez
forte, na face.
E não
flácida, espinhosa,
Cheia de
pontas na imagem.
Não
estou onde querem:
Na
petição de ensejos.
Não
estou onde desejo:
No meu
próprio Éden
Com os
pássaros a cantarem
A
verdade nos corações...
E não
com porcos a grunhindo
Uma
parte de suas porções...
Não sou
o que eles querem
Que eu
seja.
Não
estou onde eles querem
Que eu
esteja.
Só sou o
que não quero
Em meu coração
E só
estou onde não quero
Num
lugar sombrio e vão...
Sou toda
contradição,
De mim e
dos outros,
Sou a
dialética de não ser
À beira
de desaparecer.
Leandro Monteiro