Escrever, dizer, expressar-se…
Contar uma fábula, história,
Com bons e maus personagens…
Deve-se filtrar alguma anedota?
Seus olhos se assustam, fecham-se
Para não verem as contravenções;
Mas não deveriam se deixarem
Discutir e pensar essas situações?
As homo e trans sexualidades.
Feminicídios, como podem fazer isso?
Cadê a moral dessa sociedade?
Consciência Negra… Vitimistas…
As pessoas do povo querem vozes,
Querem direitos, comida e conforto…
Cantar o que vivem, sentem em torno
Dessa realidade tão desigual entre
nós…
Entre nós, não, entre eles mesmos,
Até porque o que é pensado no país
Nunca é o que eu falo e penso,
Mas, sim, “delírio”, que se pode
admitir.
Escrever, dizer, expressar-se…
Contar uma fábula, história,
Com bons e maus personagens…
Deve-se filtrar alguma anedota?
Os sem censura não se conformam
Com piadas de trans, judeu, gay,
Português serem vetadas por lei…
Mas quem faz de rico, branco e tolo?
O poder faz os heróis, o dinheiro
Compra as histórias… A memória
É o que o tribunal, os fazendeiros,
Empresas e a mídia a formam…
E a nossa imaginação não vê
Os negros, os nordestinos,
As mulheres, os heróis que
Construírem o nosso Brasil…
E nós não nos vemos plenos
Heróis de nós mesmos, queremos
Ser o que não somos, estadunidenses
– E que julgam latinos, subserventes…
Escrever, dizer, expressar-se…
Contar uma fábula, história,
Com bons e maus personagens…
Quem somos nós nessa anedota?
Brasileiros que não são americanos?
Brasileiros com genes nipônicos?
Brasileiros de costume europeu?
Não, somos o que a História nos
concebeu:
Narrativas dos negros, dos índios,
Dos europeus, dos asiáticos, de tudo
O que há de luta, glória,
extermínios…
O que nos envergonha e nos orgulha.
Escrever, dizer, expressar-se…
Contar uma fábula, história…
Que ouçamos todas as anedotas
Sobre nós e saibamos valorizá-las!
Para sermos melhores, heróis
De nossa nação, e não vilões
Que sonham com vidas que não
São de nossas narrativas próprias!
(Leandro Monteiro)
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