domingo, 8 de março de 2020

8 DE MARÇO

Se tu soubesses
O quanto me senti
Sê-la desde o início,
Não seria livre
A ponto de não saber
Aonde quero ir;
Perdendo a corda,
O laço donde, posso
Chegar e, assim, ser-me.

Se tu soubesses
O quanto te via
Seres dona da vida,
A ponto de nunca
Ser possível entregá-la
Para mim (por eu não
Compreendê-la por inteira
– Muitas vezes, a mim mesmo)
Não desperdiçaria lágrimas
Com quem não capta
Teu jeito e forma de amar.

Tu, também, saberias
Que, por mais que eu diga,
Não sou e nunca fui perfeito
– Que desse feito apenas tu,
Mulher, és capaz e digna
De merecimento....
E que, do contrário dito,
Pelas estruturas formadas,
Sou eu, sim, de tu costela
Tão completa, teu incompleto par…
(Que se torna monstro perfeito
Pelo grosso tato à vida
Que és, o abriga e o concebe).

Se tu soubesses…
Não, tu sabes! 
Sabes que, sendo dona da vida,
Podes e tem o direito de ser
Tudo que há na sociedade!
A tua história e tuas ações
Assim comprovam o que és:
Mais que mulher, a Vida,

O princípio de universos,
Feminino e masculinos,
Que só surgem dos Big Bangs –
Que nos seus corpos abrigam.

(Leandro Monteiro)

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