(E não há tanta gente),
Mas nunca transbordam,
Independente da hora...
Ora uns copos
São de pinga..
Noutra hora, os
São de água...
E lá vêm os pingos
Na escrivaninha
Do quarto...
E lá vêm as pingas
À mesa
Da cozinha...
E a lá vão as pingas
À mesa
Da sala...
E a lá vão os pingos
À pia
Da lavanderia...
Há tantas águas
Que trilham nas rachaduras da casa...
E a cada minuto transcorrido,
Fecham-se os olhos
E o silêncio invade os ouvidos!
( Os leitos, naturais, se tornam)
Encerro os meus cílios
Ao som das cachoeiras furtivas
Cujos pingos morses
Relembram-me o que
Assim me ensinaram:
“Deixai transcorrer
Toda essa chuva suave!”
“ Pois isto é natureza:
Cujo curso sempre
Será premeditado...”
“Aquém de tuas mãos e braços!”
(Leandro Monteiro)