E ser estrangeiro
E se ver como dono
Destas largas terras...
As quais são o meu país
Desde que me conheci
A princípio, ignorando
Realidades daqui...
Que estão a cantar,
Que estão a contar,
Que estão a escrever,
Que estão a viver....
Canções,
Histórias,
Em idiomas
Os quais não sei...
Eu sou Branco,
Eu sou Negro,
Eu sou Asiático
Desde que me lembro...
E neste Estado
Eu não consigo
Me identificar
Como ser nativo...
Quem sou eu? Quem sou?
Uma simples pessoa
Falando português
Em Pindorama...
Mas a Pindorama
Está longe, logo ali...
E não falo Tupi, Jê,
Nem outras guaranis.
Quem eu sou? Quem sou?
Amo o meu país,
Mas sei tão pouco
Do que não seja
De mim, de meus pais,
Meus avôs, ancestrais...
(O que eu sei dos índios?)
Eu sou tudo o que há disso.
Não dentro da memória
Deste solo tão milenar;
Mas tudo dela fora,
De auferidas alhures terras.
Eu sou o que somos
(Ao menos, à grande parcela):
Sou Brasileiro,
E vamos nos em boa hora!
(Leandro Monteiro)
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