A céu aberto,
Mais do que fé,
Preciso de água,
Preciso de pão...
Quais deles será o primeiro?
Não sei, só sei que ambos terei de ter.
Além disso, não importa a ordem dos fatores,
Ela não altera o meu desejo de viver.
(Leandro Monteiro)
Mais do que fé,
Preciso de água,
Preciso de pão...
Quais deles será o primeiro?
Não sei, só sei que ambos terei de ter.
Além disso, não importa a ordem dos fatores,
Ela não altera o meu desejo de viver.
(Leandro Monteiro)
Lembrança aleatória:
ResponderExcluirBebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
Pensar nas necessidades é um privilégio para poucos, muitas vezes simplesmente a temos, como a de viver, por exemplo.
Verdade. Mas compara à letra-poema de Arnaldo Antunes e os Titãs, meu poema é como um mendigo pedindo esmolas. Enquanto do Arnaldo, é um rico despido de seus direitos porque foi a bancarrota.
ResponderExcluirCaro, Rafael, acho que esse texto vai bem mais além do que a letra da canção que você citou: o grande Leandro abre o poema falando de fé, que é o que a maioria acha que devemos ter antes de tudo para que o resto venha; a letra da canção põe a comida e a bebida como algo bem básico, que não faz do consumidor um ser humano - já que bois e vacas também comem , e babam-: o poema do leandro põe a fé como algo tão desnecessário que, se não se tem água e pão, nem vale a pena ter, como se a fé estivesse no mesmo nível de "balé e arte" da referida canção, que é o oposto do que as religiões, sobretudo as monoteístas, pregam ("buscai a Deus e tudo o mais lhe será acrescentado").
ResponderExcluirEm suma, seu poema, enquanto logopéia, é genial, Leandro.
Prazer imenso em conhecer tal figura!
Um grande abraço, cara!
Caro, Alexandre Cimatti, gostei da sua leitura - abrange praticatmente todos os aspectos discursivos do texto (tanto as literais quanto os metafóricos). Análise perfeita.
ResponderExcluirQuanto a feitura do poema em si, escrevi-o faz muito tempo. Contudo, não estava satisfeito com o resultado deste. Deixei de molho, creio uns 6 ou 7 anos. Consegui alterar uma frase ali, outra acolá, e refiz o texto. Confesso-me surpreso com os comentários de escritores como você e Rafael Martins, tão pertinentes e valorosos para um poema tão simples. Agradeço-lhes por isso.
Abraços,
Leandro Monteiro