segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

FORMAS POÉTICAS

Uma pequena seleção de versos tradicionais:  trova, hai-kai, esparsa e soneto, respectivamente.

 UM CASAMENTO DE SÃO JOÃO

A noiva Inflacionária
Casou com Desempregado,
Filho de Vida Ingrata,
Num longo junho passado. 

Leandro Monteiro


O AMANHECER

Amanhã, o sol
Se abrirá como cenário
Mais que teatral.

Leandro Monteiro


ESPARSAS IX – A APRENDIZAGEM

Eu muito posso escalar
As altíssimas montanhas,
Muito posso percorrer
As longuíssimas distâncias...
Mas só vou sentir, obter
A verdadeira vitória
Se meu corpo anunciar
“Minha dor é nossa glória”.
  
Leandro Monteiro


SONETO XII – SUSPENSE 

Alguns pés caminham silenciosos,
Algumas vozes estão aos sussurros.
Tudo está, praticamente, no escuro,
Em locais, lugares bastante incógnitos.

Esses olhos estão muito inseguros,
Guardando inacreditáveis segredos.
Quanto os lábios, estão quase mudos
Falando mal sobre certos sujeitos.

Bastantes pessoas perguntam, tentam
Desmascarar seus segredos profundos...
Quando os descobrem... Quedam-se por surdos.

As outras pessoas veem e pensam:
“É um fato ou uma história de suspense?”.
- Fique e verá algo surpreendente!


Leandro Monteiro
 
 
 
NOITE REVELADORA

 

À noite, enquanto acordo,
O céu está ainda negro.
E com muito silêncio,
Um homem anda só...

 
Para casa, sem glória.
E não se sente bem.                          
É como se fosse outrem,
Pessoa sem memória.


Sua vida é estranha,
E coisas que gostava
Não têm mais importância.

 
Ele, agora, só pensa
Ter o que desdenhava:
O Amor que o compreenda.

 

Leandro Monteiro





Nenhum comentário:

Postar um comentário