Uma pequena seleção de versos tradicionais: trova, hai-kai, esparsa e soneto, respectivamente.
UM CASAMENTO DE SÃO JOÃO
A
noiva Inflacionária
Casou
com Desempregado,
Filho
de Vida Ingrata,
Num
longo junho passado.
Leandro Monteiro
O AMANHECER
Amanhã,
o sol
Se
abrirá como cenário
Mais
que teatral.
Leandro Monteiro
ESPARSAS IX – A APRENDIZAGEM
Eu
muito posso escalar
As
altíssimas montanhas,
Muito
posso percorrer
As
longuíssimas distâncias...
Mas
só vou sentir, obter
A verdadeira
vitória
Se
meu corpo anunciar
“Minha
dor é nossa glória”.
Leandro Monteiro
SONETO XII – SUSPENSE
Alguns pés caminham
silenciosos,
Algumas vozes estão aos
sussurros.
Tudo está, praticamente,
no escuro,
Em locais, lugares
bastante incógnitos.
Esses olhos estão muito
inseguros,
Guardando inacreditáveis
segredos.
Quanto os lábios, estão
quase mudos
Falando mal sobre certos
sujeitos.
Bastantes pessoas
perguntam, tentam
Desmascarar seus segredos
profundos...
Quando os descobrem...
Quedam-se por surdos.
As outras pessoas veem e
pensam:
“É um fato ou uma
história de suspense?”.
- Fique e verá algo surpreendente!
Leandro Monteiro
NOITE REVELADORA
À noite, enquanto acordo,
O céu está ainda negro.
E com muito silêncio,
Um homem anda só...
Para casa, sem glória.
E não se sente bem.
É como se fosse outrem,
Pessoa sem memória.
Sua vida é estranha,
E coisas que gostava
Não têm mais importância.
Ele, agora, só pensa
Ter o que desdenhava:
O Amor que o compreenda.
Leandro Monteiro
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